Por que escrever um post sobre matriz SWOT, já que essa ferramenta já é tão conhecida?
A matriz SWOT é talvez uma das ferramentas mais empregada na área de negócios. O acrônimo vem do Inglês: S (Strenghs); W (Weakness); O (Opportunities); T (Threats)
Mas apesar da sua ampla utilização, estou convicto em dizer que a maioria das vezes se emprega a ferramenta de maneira inadequada ou no mínimo de forma pouco eficaz. Daí a razão do post…
Vamos lá então! Primeiramente, vamos entender como essa matriz funciona.
Quando analisamos as Oportunidades e as Ameaças o fazemos olhando o ambiente externo à empresa. Existem algumas ferramentas que nos auxiliam a buscar esses insights como por exemplo as 5 Forças de Porter para entender a competitividade da indústria a qual a empresa faz parte. Michael Porter nos anos 1980, trouxe o conceito de que a competitividade de uma indústria (no sentido mais amplo da palavra) poderia ser analisado, considerando-se 5 diferentes Forças. O poder de barganha de compradores e vendedores, a ameaça de produtos substitutos (novas tecnologias), a ameaça de novos entrantes e finalmente a própria rivalidade entre os concorrentes
Outra ferramenta também muito utilizada é a análise PESTAL. Aqui a ideia é analisar-se sobre como as mudanças políticas, econômicas, sociais, tecnológicas, ambientais e legais, ou seja o macro ambiente no qual a empresa faz seus negócios pode trazer tanto ameaças quanto oportunidades.
Uma vez analisadas e listadas as Oportunidades e Ameaças usando-se as duas ferramentas acima, o próximo passo é identificar os Pontos Fortes e Fracos da própria empresa.
Listar nossos pontos fortes e fracos sempre é mais fácil, mas cuidado porque essa análise em geral feita de uma forma “rasa”, pode trazer conclusões imprecisas. Nem sempre aquilo que listamos como sendo nossos pontos fortes realmente o são, e muitas das vezes são somente a nossa percepção com relação ao que o mercado realmente enxerga. Conversar com os clientes e ter a visão deles sobre onde somos realmente bons é sempre recomendável para eliminar qualquer tipo de viés que possamos estar imprimindo à nossa análise. Principalmente quando nos referimos a atributos tais como: Qualidade, Pontualidade de Entrega, Imagem de Marca, Inovação, Design, etc. O ideal aqui também é usar as ferramentas adequadas.
Uma das técnicas para isso chama-se Matriz de Valor Percebido, que nada mais é do que uma forma estruturada de fazer-se uma pesquisa com os clientes.
Aliado a esse exercícios podemos fazer um mapeamento chamado de “VRIO”, onde buscamos recursos internos que possam ser Valiosos (pela perspectiva do cliente), Raros (dentre nossos concorrentes), difíceis de Imitar (ou muito caros para serem copiados) e que sejam ou possam ser explorados pela Organização. Os recursos internos que tenham os 4 atributos, trazem uma vantagem competitiva para a empresa e portanto são pontos fortes, no entanto outros recursos que não tragam valor podem ser pontos fracos, porque em geral geram custos e sem beneficio tangível em contrapartida.
Com essas duas análises feitas, praticamente teríamos o mínimo de informação para construir nossa matriz SWOT.
“Uma sessão SWOT é uma excelente oportunidade para refletirmos o que fazemos bem, o que construímos de positivo para o negócio, mas também o quanto ainda podemos estar longe de onde gostaríamos de estar.”
O ponto é, o que fazer com essa lista de tópicos colocadas nos quatro famosos quadrantes da matriz SWOT? Por que incluímos isso nos nossos planos de marketing ou de negócios? O que tiramos de conclusivo, de aprendizado ou de plano de ação?
Fico muito tranquilo para responder que em geral, nada se faz com isso, além de simplesmente termos preenchidos mais um slide do nosso plano de negócios!.
Mas essa não é a forma inteligente e eficaz de fazer. Já que gastamos todo esse tempo discutindo cada um dos tópicos que colocamos na matriz, vamos usá-los agora adequadamente e com o objetivo de tirarmos o máximo proveito desse trabalho para o nosso negócio, gerando planos de ação.
Fazemos, portanto, o que se chama de cruzamento de quadrantes, ou seja, uma matriz de duas linhas com duas colunas nos permitem quatro resultados, ou na verdade quatro tipos de planos de ação:
O que fazer para aproveitarmos as Oportunidades de mercado com os Pontos Fortes que possuímos? (OxS)
- Plano agressivo de consolidação e/ou expansão sobre os concorrentes (ganho de market-share), aumento de receita, maximização de resultados – Market Driven Strategy.
O que fazer com as Oportunidades frente aos Pontos Fracos que possuímos? (OxW)
- Planos de ajuste baseado em priorização e timing, para capturar pelo menos parte da oportunidade – Market Driven Strategy (ativa).
- Acompanhar de perto os movimentos dos principais concorrentes diante das oportunidades de mercado (passivo).
Como usar nossos Pontos Fortes, face as Ameaças de mercado? (TxS)
- Plano de defesa, de alavancagem dos pontos fortes, dos recursos tangiveis e intangíveis (material, intelectual e organizacional), de inteligência comercial, de fidelização de clientes, de lobby, de especificação, etc. – Resources Driven Strategy (RBV e/ou VRIO).
O que fazer frente as Ameaças com os Pontos Fracos identificadas? (TxW)
- Plano de sobrevivência (turn around), de nicho, de redução de custo…
- Plano de sobrevivência por alianças estratégicas – M&A Strategy.
A experiência mostra o quanto rico, profundo e as vezes até mesmo trabalhoso pode ser a condução de sessões de SWOT com análise cruzada.
“A Matriz SWOT quando bem empregada pode ajudar a direcionar o seu próximo movimento, ajudando na priorização dos seus planos de ação, alocação de recursos e esforço da equipe.”
Portanto não subestime o potencial da ferramenta! Na sua próxima sessão não deixe de utilizar a ferramenta de forma correta para que ela lhe proporcione um melhor entendimento do seu negócio, e dos planos que você deve conduzir para levar sua empresa para o próximo patamar!
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